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O Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades divulgou a versão 2025 do relatório que atualiza 43 indicadores sociais, econômicos, ambientais e políticos. Os dados mostram que, embora haja sinais de progresso em algumas áreas, o Brasil ainda enfrenta desigualdades estruturais que afetam de forma desproporcional mulheres, negros, povos indígenas e moradores de regiões historicamente vulnerabilizadas.
Principais destaques
Balanço dos indicadores
Dos 43 indicadores analisados, 25 apresentaram avanços, sobretudo em meio ambiente e trabalho. Apenas três tiveram retrocessos (em saúde e moradia), enquanto oito permaneceram estagnados. O relatório conclui que, embora haja sinais de melhora, as desigualdades seguem sendo persistentes e estruturais, reproduzidas principalmente pelos recortes de gênero, raça e território.
Melhoras recentes
• Destaque para a queda de 41,3% na área desmatada no Brasil, entre 2022 e 2024. As emissões de CO² também caíram.
• A educação apresentou alguns bons resultados. Entre 2022 e 2024, o percentual de crianças de 0 a 3 anos que frequentam creches subiu de 30,7% para 34,6%. A taxa de escolarização líquida do Ensino Médio cresceu de 71,3%, em 2022, para 74,0% em 2024. No Ensino Superior, a taxa passou de 20,1% para 22,1% no mesmo período.
• O rendimento médio de todas as fontes cresceu 2,9% em 2024. E a taxa de desocupação atingiu 6,6%, uma redução de -1,2 p.p. em relação a 2023.
• Em 2024, os 1% mais ricos do país tinham um rendimento médio 30,5 vezes superior aos 50% mais pobres, um pouco menor que em 2023 (32,9 vezes).
• A proporção de pobres reduziu em 23,4% em 2024, segundo critério estabelecido pelo Programa Bolsa Família.
• A taxa de homicídio registrado de jovens entre 15 e 29 anos (por 100 mil habitantes) apresentou queda entre 2021 e 2023 (de 49,7% para 45,8%).
Pioras recentes
• Apesar de melhorias no quadro geral, alguns indicadores mostraram estagnação. Outras melhorias ficaram concentradas em determinadas regiões ou perfis, o que significa que as desigualdades são persistentes, principalmente entre gêneros, regiões e cor/raça. Os problemas de saúde permanecem desafiadores.
• Embora tenha havido crescimento nos rendimentos médios dos ocupados em 2024, a diferença de rendimentos entre homens e mulheres se manteve, com elas recebendo aproximadamente 73% do rendimento masculino.
• Ao contrário da queda geral das mortes violentas intencionais, as violências contra as mulheres seguem crescendo. Em 2024, 1.492 delas foram vítimas de feminicídio enquanto, em 2020, esse número tinha sido 1.350.
• No Brasil, 7,7% das crianças indígenas estavam com peso baixo ou muito baixo para a idade em 2023. Esse indicador sofreu uma piora em relação ao ano anterior, quando era de 6,7%.
• A taxa total de óbitos por causas evitáveis aumentou no Brasil entre 2021 e 2023, de 30,6% para 39,2%.
• Entre 2023 e 2025, o número de pessoas que moravam em áreas de risco geológico aumentou em 7,5% e chegou a 4,3 milhões de pessoas
Contexto
A primeira edição do relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades foi lançada em agosto de 2023 com a criação do Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades. O objetivo é monitorar, ano a ano, a evolução das desigualdades no país a partir de indicadores-chave que permitem avaliar avanços, retrocessos e prioridades de políticas públicas.
O relatório de 2025 é a terceira edição e reflete dados recentes de educação, saúde, renda, segurança alimentar, segurança pública, meio ambiente e representação política. Os recortes de gênero, raça/cor e território são transversais e evidenciam que as desigualdades no Brasil não se limitam ao campo econômico, mas também estruturam quem tem acesso a direitos, quem participa das decisões políticas e quem vive mais ou menos com dignidade.
A íntegra dos resultados figura neste link.
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